terça-feira, 28 de outubro de 2008

PEDIR E RECEBER

“Pedi, e recebereis;
procurai, e achareis;
batei, e abrir-se-vos-á”
Mateus. 7:7,8

Assim disse Jesus, mais uma lei eterna e infalível. Ele nos mostra que é necessário que o homem peça, procure e bata - mas nada disto é suficiente. O pedir, procurar, bater não é causa daquilo que ele recebe, acha e das portas que se lhe abrem; mas tudo isto é condição indispensável, fator preliminar para que a graça de Deus possa entrar em movimento, agir rumo ao homem que assume essa atitude propícia, que cria em si esta atmosfera e esse clima favorável para que a plenitude de Deus possa fluir para dentro da vacuidade do homem.
Deus dá a quem pede; Deus faz achar a quem procura. Deus abre a quem bate.
Se alguém alega que não necessita de pedir nada a Deus, porque Deus já sabe perfeitamente de que o homem precisa, mostra que não compreendeu a razão de ser desse “pedir”. Não pedimos para lembrar a Deus o que, porventura, tenha esquecido, mas sim para criar dentro de nós mesmos um ambiente tal que o espírito de Deus encontre a necessária afinidade por onde possa atuar sobre nós. O objeto do “pedir” não é Deus, mas o próprio homem. A graça de Deus está sempre presente ao homem, mas nem sempre o homem está em condições de receber essa graça. O pedir, procurar, bater faz com que também o homem se torne presente a Deus que sempre está presente ao homem. Quem se acha em plena luz solar, de olhos fechados, não vê a luz, embora presente; mas, se abrir os olhos, verá a luz solar que sempre estava presente. O pedir, procurar, bater é como que um abrir de olhos à luz de Deus. Torna favorável a disposição desfavorável do homem- e onde quer que haja disposição favorável do homem, a graça de Deus atua poderosamente.

Há três classes de homens:

1) Os que não pedem, não procuram, não batem em portas fechadas, mas esperam que Deus faça tudo por eles, ficam passivos e inertes; esses nada recebem, nada acham, nem encontram portas abertas.
2) Os que pedem, procuram, batem com impetuosidade, na convicção de que essa sua atividade humana possa produzir de si mesma o resultado desejado; são os auto-suficientes, os autocomplacentes, os que têm ilimitada confiança na onipotência do seu ego, esses não recebem dons divinos.
3) Há, finalmente, os que pedem, procuram, batem, criando uma atitude de receptividade, esvaziando-se do seu pequeno ego humano, produzindo em si uma espécie de “recepção”, que atrai silenciosamente a plenitude de Deus.

Jesus também nos ensina em Lucas 11, 5-8.

A parábola do amigo importuno. “Alguém de vós tem um amigo. Vai ter com ele, à meia- noite, com o pedido: Amigo, empresta-me três pães; porque um amigo meu chegou de viagem à minha casa, e não tenho o que lhe servir. Mas o de dentro responde: Não me incomodes! A porta está fechada e os meus filhos estão comigo na cama; não posso levantar-me para te atender.
Digo-vos que, ainda que não se levante para lhos dar por ser seu amigo, todavia, por causa da sua importunação, se levantará e lhe dará quantos pães ele precisar.

Esta parábola tem certo ar humorístico, esse homem que, altas horas da noite, vêm pedir três pães para servir a um amigo, deve ser um solteirão. Mora sozinho. Não tem em casa um bocado de pão. E aí ele pede logo três pães, ou o visitante estava esfomeado, ou ele quis garantir até para o dia seguinte. E o amigo de dentro da casa, diz que está na cama com os filhos. Não fala em mulher. Possivelmente, segundo o costume, os meninos dormiam com o pai e as meninas dormiam com a mãe; e o quarto ficava logo na entrada da casa, para a rua. Ou não existia ainda cama de casal.

Toda parábola, se compõe de um símbolo material e de símbolo espiritual, é evidente que o motivo material e egoísta do homem importunado não tem cabimento no simbolizado espiritual; Deus não pode sentir-se importunado por nossos pedidos, nem nos atende para se ver livre da nossa importunação. A idéia central da parábola consiste em que o homem deve orar, pedir, buscar, bater tão impetuosamente como se incomodasse a Deus com as suas insistências, como se Deus fosse obrigado, quase forçado, a atendê-lo para se ver livre da suposta importunação do pedinte, Jesus sentiu a necessidade de exagerar na atitude do pedinte a fim de dar ênfase à absoluta necessidade do pedir, orar, buscar, bater.
Mas, agora perguntamos: por que essa necessidade de pedir, se Deus é onisciente, e sabe perfeitamente de que necessitamos, mesmo antes de pedirmos a Ele? Em outra ocasião, o próprio Mestre afirma explicitamente que “vosso Pai celeste sabe de que haveis mister, mesmo antes de lho pedirdes”.

E apesar desta declaração, continua Jesus a repetir que é necessário pedir sempre, e nunca deixar de pedir.

Essa atitude humana não pode ter por fim lembrar a Deus que necessitamos disto e daquilo, como se Deus pudesse esquecer-se de nós ou ignorar as nossas necessidades de cada dia. A finalidade do pedido ou da oração é evidentemente outra. A finalidade é criar em nós mesmos uma atitude tal que Deus nos possa atender, pois só “quando o discípulo está pronto o mestre aparece”.

A filosofia diz: “o recebido está no recipiente segundo a capacidade do recipiente” ilustra bem esta verdade. Todo finito recebe do infinito aquilo que corresponde à medida maior ou menor da sua finitude. Se a capacidade do finito for igual a 10, o recipiente receberá 10; se for a 50, receberá 50; se for igual a 100, receberá 100. Quem vai ao oceano com um copo, colherá um copo de água salgada; quem vai com um litro, colherá um litro; quem vai com um balde, colherá um balde- não por causa do oceano, mas por causa da capacidade do copo, do litro e do balde.

Para receber da Infinita Plenitude, deve o homem finito ampliar a sua finitude, que tem muitos graus, mas cuja potencialidade pode ser aumentada por seu livre-arbítrio. (basta querer ).

A ordem de orar, pedir, buscar, bater, nada tem de ver com Deus; tem de ver unicamente com o homem.

O livre- arbítrio do homem é o seu maior privilégio- e também o seu maior perigo. O uso ou falta de uso da sua liberdade torna o homem melhor ou pior. Pelo livre-arbítrio é o homem o seu próprio Deus- e também o seu antiDeus, o criador do seu céu ou do seu inferno.

Devemos pedir à Deus em primeiro lugar a presença Dêle, o seu Reino, pedir mais luz, mais sabedoria, uma compreensão mais profunda da Verdade, devemos pedir e reconhecer humildemente que você e eu existimos para servir à Deus – assim como servem à Deus o Sol, a Lua, as estrelas, as aves, os peixes e os mamíferos. Toda a criação tem por fim glorificar o Criador.
Infelizmente muitas pessoas buscam primeiro as dádivas de Deus, mas o crente sincero busca primeiro o DOADOR.

MENSAGEM PREGADA NO DIA 22 DE OUTUBRO PELO IRMÃO JOSÉ EDUARDO RIBEIRO

I CORÍNTIOS 13 - JEITO DE SER IGREJA

I CORÍNTIOS 13

1 Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine.

2 Ainda que eu tenha o dom de profecia e saiba todos os mistérios e todo o conhecimento, e tenha uma fé capaz de mover montanhas, se não tiver amor, nada serei.

3 Ainda que eu dê aos pobres tudo o que possuo e entregue o meu corpo para ser queimado a, se não tiver amor, nada disso me valerá.

4 O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não se orgulha.

5 Não maltrata, não procura seus interesses, não se ira facilmente, não guarda rancor.

6 O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade.

7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

8 O amor nunca perece; mas as profecias desaparecerão, as línguas cessarão, o conhecimento passará.

9 Pois em parte conhecemos e em parte profetizamos;

10 quando, porém, vier o que é perfeito, o que é imperfeito desaparecerá.

11 Quando eu era menino, falava como menino, pensava como menino e raciocinava como menino. Quando me tornei homem, deixei para trás as coisas de menino.

12 Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face. Agora conheço em parte; então, conhecerei plenamente, da mesma forma como sou plenamente conhecido.

13 Assim, permanecem agora estes três: a fé, a esperança e o amor. O maior deles, porém, é o amor.

O QUE REALMENTE IMPORTA

Língua, Profecias, Conhecimento, Fé, Misericórdia, Sacrifício. Expressões máximas de qualquer ação religiosa – BEM

Consumismo, Impureza, Superficialidade, Mágoas, Adultério (MAL) – NADA IMPORTA

Construímos nossa vida em cima de Projetos que se mostram irrelevantes, não significativos e não satisfatórios. Avalie a sua vida. O que é importante tem a haver com o último suspiro de vida. O que ou quem você quer ao lado.

Estar de mãos dadas com quem se ama ou com um bem de consumo.

Estar com quem se ama ou com uma mágoa no coração, ou com um rito religioso.

O que move a nossa vida, o que lhe dá sentido final?

A nossa própria noção de felicidade seria alterada, estar com quem se ama com a família. AMOR deveria BASTAR.

O AMOR É O ALVO – A CONSTRUÇÃO

Paciente, benigno, não ciumento, não orgulhoso, comportamento adequado, não se ira. Não é egoísta.

Verdadeiro, sofredor, fiel, esperançoso do melhor, tudo suporta.

Não existe um pacote pronto e mágico, a partir de agora com este culto, com esta oração...

Sabemos que as coisas que valem a pena na vida são difíceis, lentas e delicadas no seu processo de construção.

Aqui e Agora podemos tomar as decisões que dão início a construção do tudo suporta, crê, etc. Construção de confiança, respeito, admiração, construção do carinho, cuidado, do doar –se, para ser bênção na vida do outro.

Um primeiro passo importante é admitir a nossa condição, não somos pacientes, benignos, altruístas, para com todos desta comunidade e para os de fora. Às vezes nossas virtudes se mostram apenas quando temos algum determinado interesse. Mas muito mais vezes mostramos o outro lado de nós.

O segundo passo é saber que é preciso recomeçar. Tentar de novo, não ter medo de arriscar. Um dia vamos alcançar isto. Viver isto e tudo vai valer a pena. A outra opção é o eterno fracasso, e admitir que não passamos de perdedores nas coisas que realmente fazem diferença.

Outro passo é saber que não tem data para acabar, para ficar pronto, mas também não tem data de validade. Amor que tem data de validade é desamor, é crueldade. Promete mas não cumpre. Não une, não acrescenta, não abençoa, mas julga, pune e agride.

O QUE FICA – Profecias, línguas, ciência, tudo passa, o natural e o sobrenatural.

As coisas passam. A religião passa, o miraculoso passa. Se alguém for ressuscitado volta a morrer. A ciência passa. As grandes descobertas jogam no lixo as grandes descobertas passadas. Os livros mudam, a matemática evolui, até o português muda.

Vide reforma ortográfica para o ano que vem; tudo muda.

O que fica é o amor que vem de Deus. Jesus não passa porque não é religião nem ciência. Mas o Deus Vivo presente, próximo. Cúmplice do amor. Ele que aproximou, encantou, abençoou.

Amor de Jesus leva o casal a renovar o seu amor. Apaixonar-se de novo. Unir de novo sempre. O Amor de Jesus leva uma igreja cheia de feridas, justas e injustas, mas feridas, mágoas e até mesmo rancor, a ser transformada, renovada, inundada de perdão e amor. Muda-se o olhar sobre o outro. Olhamos com os olhos de Jesus. Afinal Ele morreu por isto.

AMOR É PERFEITO

Não passa, lança fora o medo do fracasso e da infelicidade.

Traz Maturidade - Atinge Plenitude

O Amor traz mudança, é preciso amar mais e melhor com o tempo, o amor não envelhece, não apodrece não se intimida. Ele progride, Ele ousa, deixa de ser infantil e passa a ser pleno. Amar não é sentir, mas sacrificar-se pelo outro e fazer diferença em sua vida. Amor não é dar sem bom senso, é doar-se de tal forma que o outro é afetado, mudado, tocado, etc.

Fé em Deus – Esperança em Melhorar – Amor o maior; eterno como Deus.

O que sustenta a vida é o Amor de Deus. Cura-nos da depressão, arranca da nossa vida a angústia, tira o ódio que enegrece a alma, e nos lança ousados na construção de um mundo sempre novo. Traz a Felicidade ao levarmos o amor aos outros.

Amor é eterno enquanto dura é poesia, se vê isto na prática, mas também é desgraça, feio, cheiro de morte. Ninguém entrega a sua vida a um projeto fracassado, destrutivo.



SERMÃO PREGADO NO DIA 19/10 - PR. LUIS FELIPE MENDES DO NASCIMENTO